domingo, 12 de junho de 2016

Golpe Militar de 1964


Golpe de Estado no Brasil em 1964 foi o conjunto de eventos ocorridos em 31 de março de 1964 no Brasil, que culminaram, no dia 1º de abril de 1964, com um golpe militar que encerrou o governo do presidente democraticamente eleito João Goulart, também conhecido como Jango.

Para entendermos o golpe militar de 64, é necessário voltar no tempo e analisar o contexto mundial da época.

O mundo vivia a grande Guerra Fria, conflitos estratégicos e indiretos entre duas nações, a União Soviética e os Estados Unidos. O mundo inteiro estava dividido entre essas duas grandes potencias, o Brasil adotou uma posição de neutralidade dos blocos, sendo que era um país independente dos dois blocos.

Em janeiro de 1959, Cuba, um país subordinado aos interesses norte-americanos, até então, tornou-se socialista e aliado ideológico-politico dos soviéticos, por meio de uma revolução liderada por Fidel Castro, Raúl Castro, Ernesto Che Guevara e Camilo Cienfuegos.

O sucesso da revolução foi um grande golpe na política externa dos EUA, em pleno auge da Guerra Fria, um país que se localizava a poucos quilômetros da Flórida, era um país socialista dentro da área capitalista. Depois que os socialistas tomaram o poder em Cuba, os EUA decidiram adotar medidas mais agressivas em relação a America Latina.

O grande golpe militar brasileiro já estava tomando forma em 1961, quando Jânio Quadros renunciou misteriosamente a presidência e passou o poder para o vice presidente João Goulart, mais conhecida como Jango.

Quando Jânio foi questionado sobre o motivo de sua renúncia ele disse: “Forças ocultas me forçaram a isso.”

No dia 13 de março de 1964, data da realização de comício em frente à Estação Central do Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, perante trezentas mil pessoas, Jango decreta a nacionalização das refinarias privadas de petróleo e a desapropriação para fins de reforma agrária de propriedades às margens de ferrovias, rodovias e zonas de irrigação de açudes públicos, controlarem a remessa de dinheiro para o exterior, dar canais de comunicação aos estudantes e permitir que os analfabetos, maioria da população, votassem.

O estopim para o golpe militar aconteceu em março de 1964, logo após esse discurso de Jango, na Central do Brasil. 

Imediatamente a isso, a elite reagiu: o clero conservador, a imprensa, o empresariado e a direita em geral organizaram, em São Paulo, a "Marcha da Família Com Deus pela Liberdade", que reuniu cerca de 500 mil pessoas. O repúdio às tentativas de reforma à Constituição Brasileira e a defesa dos princípios, garantias e prerrogativas democráticas constituíram a tônica de todos os discursos e mensagens. Após a marcha, o Brasil inteiro estava em alerta, e com apoio de parte da população brasileira, a tomada do poder pelos militares aproximava-se.

Os EUA ofereceram total apoio ao golpe militar, enviando porta-aviões para o sul do Brasil, e lançando a operação Brother Sam, garantindo uma rápida invasão das forças armadas americanas, caso se os militares que apoiavam Goulart resistissem ao golpe.
“Declaro vaga a presidência da Republica”, essas palavras foram ditas por Auro de Moura Andrade, o então presidente do congresso, que apoiou o golpe militar.

Em 31 de março daquele ano, os militares iniciam a tomada do poder e a deposição de Jango. No dia 2 de abril, o presidente João Goulart partiu de Brasília para Porto Alegre e Ranieri Mazzilli (PSD) assumiu a presidência interinamente. Dois dias depois, João Goulart se exilou no Uruguai.
Em nove de abril, foi editado o AI-1 (Ato Institucional número 1), decreto militar que depôs o presidente e iniciou as cassações dos mandatos políticos. No mesmo mês, o marechal Castello Branco (Arena) foi empossado presidente, começava então, a Ditadura Militar Brasileira.


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